Vivendo as expectativas da Mil Milhas Brasil, a Revista Quatro Rodas de Fevereiro de 1961 descreveu o evento como longo e difícil. Apesar da fome, do frio, da sede, do sono, do cansaço e dos perigos, o fundamental era esquecer tudo e acelerar.
Prova pra macho, que começava às 20 e 30 de um dia e terminava ao meio dia do outro; com mais de 15 horas de duração, 1.609.000 metros e 201 voltas no antigo Interlagos, cheio de subidas e descidas.
No ano anterior, a corrida começa com uma largada no melhor estilo "Le-Mans", com os pilotos cruzando a pista, entando dentro do carro e arrancando em busca de glória. Com o clássico Chevrolet #82, Camillo Christófaro dispara na frente e lidera, junto de seu parceiro Celso Barberis, boa parte da prova.
Depois de algumas paradas inesperadas nos boxes por conta de um tanque de gasolina mal fixado, a dupla do #82 perde a liderança às 9 e 30 da manhã para o JK de Chico Landi e Christian Heins.
O Lobo do Canindé ainda insiste: depois de muito esforço e da quebra do recorde da pista em duas oportunidades, supera Landi e reassume a liderança da prova. A 8 voltas do final, à altura da Curva do Lago, o tanque de gasolina volta a se desprender, atingindo a bomba d'água. Camilo consegue chegar aos boxes, mas o motor havia "engripado".
Era o final de prova para a brilhante dupla do #82, que ainda cruzou a linha de chegada em quarto, por dentro dos boxes, empurrado pelos mecânicos.
No momento da bandeirada, uma gafe. O presidente da Bardhal, Evanio Galvão, confunde o JK #28 com o #38 de Heins e antecipa o final da corrida. O primeiro, dirigido por Joluan Olivetti, percebe que se trata de um erro e continua acelerando, deixando a bandeirada final para seu perseguidor, Christian Heins, o verdadeiro vencedor.
Felipão,
ResponderExcluirEssa dupla do #82 eram os verdadeiros brazucas, nunca se entregavam. Que falta de sorte danada!
Bacana o relato, uma história que faz a gente viajar no tempo.
abs
Rapaz, pode ser mofo pra alguns, mas para mim são aulas.
ResponderExcluir